quinta-feira, 27 de janeiro de 2011

Joanna Yeates



Uma paradinha na mostra de fotos dos passeios para falar de um assunto que vem dominando os noticiários há mais de um mês aqui na Inglaterra. Vale o exemplo para refletirmos sobre as diferenças e semelhanças entre Brasil e Inglaterra.

Joanna Yeates era uma arquiteta de 25 anos que morava aqui em Bristol, no mesmo bairro onde eu moro, Clifton. Ela frequentava a Universidade quase todos os dias para fazer pós-graduação. Mas, no dia 17 de dezembro, ela desapareceu depois de sair de um pub onde foi fazer um happy hour com os amigos.

Eu me lembro de que se passou mais de uma semana com ela desaparecida. Nas ruas, nos muros e nas fachadas dos mercados que eu frequento aqui havia a foto dela, num pedido da família por informações a respeito de Joanna. Até aí, tudo normal. No entanto, isso ainda era notícia diária nos jornais da BBC, principalmente na filial da BBC no Oeste. Aqui na Inglaterra isso é assim, não tem leite com imagem de criança desaparecida. Isso é notícia, e das grandes.

No dia 25, Natal, no entanto, acharam um casal que passeava com seu cão de manhã achou um corpo completamente coberto de neve, perto da ponte suspensa de Clifton. Um dia depois confirmou-se que era o corpo de Joanna. Pronto, volta a notícia para a primeira página do The Independent e Daily Telegraph, entrevista exclusiva com a família no The Guardian, acesso ao relatório forense no Times, link exclusivo direto do local do corpo no Channel 4 e imagens de helicóptero do flat de Joanna na BBC. Imaginem se fizessem isso com todos os desaparecidos que temos diariamente no Brasil?

Daí vem o Ano Novo e nada de descobrirem quem é o assassino. A pressão da imprensa fica grande, a notícia não sai das primeiras páginas dos tabloides ou dos primeiros blocos dos telejornais. A família faz aparições públicas pedindo informações que levem à captura do assassino. Daí, o que acontece? Prendem o locatário do flat de Joanna, Chris Jefferies, um homem de 66 anos, que morava num flat acima do dela.



A imprensa sensacionalista, muito forte aqui, faz aquele estardalhaço, chamam o cara de canalha, mostram simulações de como teria sido o crime e (pasmem) fazem associações entre esse crime e um outro em 1974, que segundo eles tinham semelhanças nítidas e perturbadoras (nunca prenderam o criminoso do assassinato de 1974). E o cara jurando inocência. Esse tipo de comportamento me lembra muito a imprensa de um certo país...



Uma semana depois, eis a surpresa. Soltam o locatário. Como assim soltam o criminoso? Acontece que ele foi considerado inocente. Depois de ter seus bens confiscados, sua vida exposta, sua reputação destruída e sua imagem humilhada, soltam o cara. E o duro é pouquíssimos órgãos de imprensa aqui pediram desculpas ao Chris ou à sua família. Ninguém meteu pau na incompetência da polícia, ou pelo menos na pretensão da polícia que ao prender um suspeito fez parecer que tinha prendido o assassino. Parece que o corporativismo aqui impera e a proteção da imagem da polícia como órgão público deve sempre prevalecer. Acho completamente errado. Nessa hora faltam uns Datenas...

Enfim, voltando ao assunto do assassinato, depois que soltaram o cara, mais investigações forenses, mais cobertura da imprensa, mais apelos da família etc. etc. etc. Já estava enchendo o saco, especialmente aqui em Bristol. A residência onde moro soltou novos regulamentos para garantir a segurança dos estudantes. A Universidade soltou circulares para que evitássemos de andar sozinho depois de escurecer (o que aqui nessa época acontece antes das 16h30). Afinal, tem um assassino à solta, todos corremos enorme risco. A taxa de assassinatos aqui é elevadíssima, comparável aos bairros mais violentos de São Paulo... =P haja exagero!

Na semana passada, um mês depois, fizeram uma reconstituição do crime. Refizeram o trajeto de Joanna, saindo da Universidade, indo num pub com os amigos, indo num mercado comprar uma pizza (que por sinal é prova importantíssima do crime, pois ela simplesmente sumiu e a polícia dizia que ela poderia levar ao criminoso) e andando de volta para casa, quando não foi mais vista. O disque denúncia recebeu mais de 300 ligações e, no dia seguinte, prenderam outro suspeito. Dessa vez, fizeram questão de ressaltar que era um SUSPEITO, não o assassino. Era um engenheiro holandês (alguém conhece outro engenheiro holandês? =D), Vincent Tabak, que era proprietário de um flat ao lado do de Joanna.



O legal é que eu não soube dessa prisão pelos jornais, eu soube através de um policial. Acontece que eu estava indo calmamente ao supermercado Sainsbury's em Clifton, como faço sempre, seguindo a rua da minha casa morro abaixo e virando numa travessa residencial para chegar ao mercado. Só que essa rua estava bloqueada pela polícia, com cordões de isolamento, e toneladas de jornalistas na porta. Eu tentei chegar mais perto para ver o que era (como que numa segunda versão do Datena falando 'Me dá imagens, me dá imagens!') e um policial me perguntou se eu era um morador da rua. Falei que não e perguntei o que se passava. Daí ele disse que tinham prendido uma pessoa (que só fomos saber quem era só depois dela ser formalmente acusada do crime, diferentemente do feito com o locatário do flat) pelo assassinato de Joanna Yeates. Engraçado pensar que essa rua fica a 200 m da minha casa e eu passo por ela pelo menos duas vezes por semana...

Agora, abriram processo formal contra Vincent Tabak, ele foi à corte de Bristol esta semana, com toda a cobertura da imprensa de novo. Nas próximas semanas o julgamento deve de fato começar e, se for condenado, o holandês vai passar o resto da vida na cadeia. Porque aqui não tem essa de 'bom comportamento' e redução pra 1/6 da pena...

sexta-feira, 21 de janeiro de 2011

Cardiff em 10 fotos (e dois vídeos!)

Como não gosto de repetições, procurei adicionar fotos complementares àquelas da minha visita prévia a Cardiff, principalmente as relacionadas ao castelo, que podem ser visualizadas aqui.

Please rise for the National Anthem of Wales



Para matar a saudade do bom e velho idioma galês



Os três mosqueteiros num raro momento de felicidade coletiva no Castelo de Cardiff



Uma descrição auditiva e lusitana do perímetro amuralhado do Castelo de Cardiff



Carlos e Renato com Richard, um soldado aposentado do exército britânico, que nos guiou por uma visita ao Museu do Soldado Galês...


...onde vestimos os trajes reais de várias altas patentes do exército britânico, mesmo que as roupas não fossem do tamanho ideal para alguns dos nossos corpanzis...



PS: Aliás, a única roupa que servia (mais ou menos...) no nosso amigo avantajado era a roupa do soldado responsável pela entrega de cartas e encomendas...



Ê Ô, o carteiro chegoooou...




Millenium Stadium, um gigantesco estádio de rúgbi



Eu, numa tentativa frustrada de imitar o Renato, e o próprio, na frente da sede do Governo do País de Gales




Agora, cenas que podem parecer chocantes para os desavisados. Eu e o Renato queremos deixar claro que estávamos protegidos todo o tempo. Cada um de nós levava uma espingarda com dardos tranquilizantes e um apito de frequência aguda. Não nos responsabilizamos pelos atos mostrados a seguir. Tudo aconteceu espontaneamente e não houve nada que pudéssemos fazer para impedir.



Primeiro, no ritual de acasalamento, vem a sedução



Em seguida, num close sensacional capturado pela nossa câmera escondida, a fungada, essencial para que o espécime reconheça o cheiro característico do parceiro



A seguir, no ritual da cópula, a graciosa troca de fluidos salivares entre os parceiros (reparem na posição característica das patas do animal, sempre voltadas para a região posterior do corpo no momento do ósculo)



Como este é um blog de família, e para preservar a privacidade e intimidade do casal, optou-se por censurar as cenas seguintes. No entanto, as mesmas estarão disponíveis dentro de alguns meses no canal Animal Planet. Obrigado pela compreensão.

terça-feira, 18 de janeiro de 2011

Bath Spa em 10 fotos

Renato, capturado aqui numa pose rara, com a Abadia de Bath ao fundo



Interior da Abadia de Bath



Fachada dos banhos romanos (os romanos fundaram a cidade no ano de 43 para aproveitar as águas termais naturais do local)



Imperadores apreciando o principal dos banhos termais



Ruínas de alguns banhos secundários



Dois vivos e um morto nos banhos termais



Centro da cidade de Bath, patrimônio da humanidade



Renato posando para foto enquanto se alimenta



Carlos só se alimentando (não houve tempo para poses)



Carlos em pose Mortal Kombat no condomínio Royal Crescent em Bath Spa

sábado, 15 de janeiro de 2011

Bristol em 10 fotos

Escola de Física, Universidade de Bristol



Labirinto de espelhos nos jardins da Universidade



Torre da Universidade de Bristol



Teatro Municipal



Ponte Suspensa de Clifton



Região do Porto



Catedral de Bristol



Shopping Center Cabot Circus



Igreja St. Mary's Redcliffe



É nóis na neve

terça-feira, 11 de janeiro de 2011

As férias de um sanduicheiro

Como vocês devem ter percebido, caso não estejam de férias também, eu fiquei ausente daqui do blog durante duas semanas após o Natal. E não foi porque entrei no ciclo vicioso de esperar o Thiago postar no blog dele. O motivo real foi a vinda de dois nobres camaradas meus do Brasil para me visitarem aqui, Renato e Carlos. Daí aproveitei para estender a parada de fim de ano para passear com os dois pelas bandas aqui da Ânglia e, de quebra, da Lusitânia. Agenda muito corrida, mas muito proveitosa. Com isso, tirei uma folguinha aqui do blog também.

Nos próximos dias postarei aqui um potpourri dos passeios que fizemos. Foram dias muito bons.




Ah, Feliz 2011 a todos!!!! Obrigado a todos que postaram por aqui enquanto eu estava de folga!