sexta-feira, 29 de abril de 2011

Royal Wedding



O casamento na visão de um sanduicheiro curtindo o feriado e descansando depois da visita da família:

8h40 – Eu acordo. Não sei bem porque, mas acordo.

9h – Depois do banho, ligo a TV na BBC1 e vejo um gago falando sobre sua relação com o príncipe Harry.

9h20 – Beckham e sua mulher chegam à Abadia de Westminster e são ignorados pelos outros convidados. Mr. Bean chega logo depois e é bastante cumprimentado.

9h40 – Tem cada chapéu horrível lá dentro...

10h – Todos se perguntam como será o vestido da noiva... realmente esta questão não me preocupa nem um pouco...

10h20 – Os irmãos Harry e William chegam à Abadia e a galera delira como se fosse um gol. William está calvo coitado...

10h40 – Depois de reis, rainhas, príncipes, primeiros ministros e presidentes de diversos países, o Príncipe Charles e a Rainha Elizabeth II chegam à Abadia.

10h50 – Lá se vai a noiva no Rolls Royce...

11h – Todo o caminho desde o Palácio de Buckingham ou desde o hotel de Kate até a Abadia está tomado por fãs tresloucados e minha vontade de estar lá foi de 0 a -10.

11h06 – Kate passa pela tumba de Newton e nem faz reverência tsc tsc tsc E quero saber quem é o responsável por colocar uma árvore em cima das tumbas dos cientistas...

11h08 – Os noivos se encontram. Ele está um pouco nervoso, olha para todos os lados meio assustado e tenta rir, mas Harry ao seu lado parece mais nervoso que ele. Ela parece estar tranquila, mais quieta e séria.

11h15 – É impressionante como um casamento anglicano é igual a um casamento católico. Tirando o detalhe que qualquer pessoa que for católica, se tornar católica ou se casar com uma pessoa católica é permanentemente excluída da lista de sucessão ao trono... =P

11h20 – Essa cerimônia é daquelas de livro didático de como uma cerimônia deve ser, com todas as frases ultra tradicionais do padre que não vemos frequentemente em casamentos plebeus.

11h40 – Alguns hinos criados especialmente para a cerimônia são cantados pelos membros do coro. Muito bons, na minha opinião, mas Jerusalém ganha disparado.

11h50 – A rainha é a única a não cantar God Save the Queen...

11h55 – Enquanto os noivos vão à câmara de Eduardo o Confessor para assinar as certidões de casamento, a rainha troca umas palavrinhas com seu marido, príncipe Philip, e suas dezenas de medalhas na farda...

12h05 – Marido e mulher passam pelo tapete vermelho estendido de ponta a ponta da Abadia de Westminster e contornam a tumba do Soldado Desconhecido pela direita. Por que não pela esquerda?

12h10 – A carruagem com o casal deixa a Abadia e ruma ao Palácio, para delírio do povão lá fora. E tudo tão organizado que impressiona. Mas que tem uns cocôs de cavalo nas ruas, isso tem hehehehe

12h15h – Agora Kate á saudada pela reverência real pela guarda real, o que não foi feito no caminho de ida dela para a Abadia, pois ela ainda não era membro da família real britânica.

12h25 – Ambos chegam ao Palácio, seguidos logo depois pelos respectivos irmãos e pelo resto da família real, incluindo a rainha, vestida de amarelo. E, pela enésima vez, diga-se de passagem para minha felicidade, tocam God Save the Queen.

12h30 – Dentro do Palácio, sabe-se lá o que eles estão fazendo. Quem sabe ela tá fazendo um fish ‘n’ chips pra ele?

13h25 – Depois de alguma espera, com toda a galera em torno do monumento em memória da rainha Vitória, na frente do Palácio de Buckingham, a família real sai para o terraço, liderada pelo casal. Ela é linda, ele tem um sorriso estranho, mas o que chama a atenção mesmo são aquelas netas horríveis da rainha, tem uma lá que dá dó.

13h30 – Os aviões Lancaster e Spitfire, símbolos da resistência britânica na Segunda Guerra Mundial, passam sobre o Palácio, seguidos pelos aviões caça da Força Aérea moderna.

13h33 – Atendendo aos pedidos da galera, Kate e William se beijam. Logo depois, o fazem de novo, para depois entrar no Palácio para as festas da tarde e da noite.

13h50 – Eu posto isto no blog, para me libertar e ver o que mais está acontecendo no mundo, se é que há algum jornalista no mundo que não está cobrindo este casamento...

domingo, 10 de abril de 2011

Zdravljica, Slovenija!



Pois é, lá vem mais uma dessas línguas esquisitas... O título deste post significa 'Um Brinde, Eslovênia' (o nome do Hino Nacional), o quinto país que conheci na Europa. E posso adiantar que simplesmente adorei, fiquei apaixonado pelo país.

A Eslovênia é um país muito jovem (1991 - vejam, sou mais velho que a Eslovênia), antes parte da antiga Iugoslávia e antes ainda do Império Austro-Húngaro, mas de cultura e língua bem próprias.

Parece meio aleatório ir para a Eslovênia, né? Na verdade foi mesmo!!! O congresso foi em Milão, daí decidimos tirar o resto da semana (de quarta até sexta) para passear num outro país. Todos os meus coleguinhas de viagem já tinham ido a Roma (todos eles tinham boca... =P), à Suíça e à França e eu já tinha ido à Áustria. Olhando no mapa da Itália, o que sobrou? Ah, aquele país pequenininho ali da direita (leste), Eslovênia. Que tal irmos para lá? Topo, topo, topo, puquê não, vamo caí pá dentro! E daí decidimos alugar um carro e rodar o norte da Itália (desde Milão, passando por Veneza) até chegar na Eslovênia. Aliás, que estrada, muito boa, dá até gosto de andar de carro. Fora as cidadezinhas no caminho...

Enfim, no primeiro dia de Eslovênia, chegamos de noite depois da viagem e fomos direto dormir. No segundo, fomos até Ljubljana, a capital do país, encontrar um amigo de Wouter, Martin, esloveno nascido e crescido na cidade. Ele nos mostrou a Universidade e, logo depois, nos levou para um café e nos disse o que tínhamos que fazer no país durante os dois dias. Algumas coisas me chamaram a atenção: a extrema simpatia e hospitalidade de Martin e seus amigos eslovenos, claramente não acostumados a receber visitantes (como o país também não é, o que fez com que nos sentíssemos especiais), suas dicas sensacionais de coisas a ver e lugares a ir, apesar da sua língua mãe ser absloutamente incompreensível (por vezes sem vogais, como 'trg', praça em esloveno - não é abreviação!) e, no fim, o fato de ele ainda nos pagar uma limonada (detalhe que limonada em esloveno escreve-se e lê-se como em português!).

Da capital fomos até Postojna, uma cidade no Oeste da Eslovênia. Fomos a um 'hipermercado' (nos quais éramos os únicos clientes - também, num país com 2 milhões de pessoas e numa cidade com menos de 15 mil...) e compramos frutas para fazer um piquenique perto de um riacho. Depois, fomos para as Cavernas de Postojna, mais de 20 km de cavernas a 700 m abaixo do nível da terra, uma das maiores cavernas da Europa. Eu não gosto de exagerar, portanto vocês podem confiar quando eu digo que é com certeza um dos três lugares mais bonitos que já visitei na vida. Não dá para descrever em palavras ou fotos, mas andar de trenzinho e depois a pé por tanta formação rochosa diferente é sensacional. Fora a escuridão (poucas luzes muito bem colocadas), a umidade e o frio (8 graus), que dão um tom todo diferente para o passeio. E não é nada clausfrofóbico não, as grutas têm mais de 100 metros de altura! É tanta estalactite e estalagmite pra deixar qualquer espeleólogo louco. Lá é o único lugar no mundo em que um animal chamado Human Fish (Peixe Humano) vive em ambiente natural, um peixe pequeno cor de pele e completamente cego, que vive na escuridão das cavernas comendo algas e seres microscópicos da água. Ficamos lá uma hora e meia, mas todo mundo gostou tanto que ninguém queria sair. Bem, a não ser o indiano Anthony, que disse ter medo de cavernas e não nos acompanhou lá dentro, só para ser zuado o resto da viagem...








Em seguida, fomos para Predjama, uma cidadezinha pertinho de Postojna, para visitar um castelo construído nas pedras no século XIII (o chão e a entrada são na própria pedra). Há uma passagem secreta (que deve ser gigante...) para as cavernas de Postojna. Mais um lugar muito bonito.





Essa é para minha irmã: Eu e um cão esloveno!


Por fim, voltamos para Ljubljana, onde Martin nos levou para um passeio no centro da cidade e, depois, para o castelo (que subida...), onde pode-se ter uma vista linda da cidade. Ljubljana é a capital, mas é a capital menos populosa da Europa (perto de 300 mil pessoas), o que dá um tom de cidade pequena, mas com muita coisa para ver e fazer, prédios com arquitetura de influência austríaca, pontes e igrejas italianas, língua e comida eslavas, mas sem turista nenhum, nem mendigo nem vendedor chato te enchendo o saco perto dos pontos turísticos. Enfim, tudo é acanhado, tudo é delicado, tudo é limpo, tudo é lindo. Depois do castelo, descemos para o centro de novo e fomos a um restaurante típico esloveno. Carnes de caças são as preferidas lá, desde javali até cavalo, coisas como "Zavitek", "Zganci" ou "Zlikrofi". Eu preferi evitar os pratos começando com a letra Z e fui num prato bem típico, daqueles que se comem todos os dias em típicas casas eslovenas, fiquei entre o kranjska klobasa, um salsichão feito com intestino de porco, e o krvavica klobasa, uma variação com salsichão preto e banhado em sangue. Preferi radicalizar e fui na segunda opção. Tudo isso com direito a uma cerveja típica eslovena, Sokol, completamente diferente de todas que já experimentei antes (não sou um especialista, porém...). E nós devolvemos o favor e pagamos o jantar de Martin.










Martin, o esloveno, ao lado de Wouter, Ben, Noi e metade de Meegan



A vista do Castelo de Ljubljana




No terceiro dia, nos restringimos à nossa cidade-base, Bled, no norte do país. Mas que cidade adorável! Basicamente é uma Bellagio na Eslovênia, isto é, uma cidade com um lago rodeada pelos Alpes, mas a diferença é que aqui tem menos gente que na Itália, o que torna a experiência mais 'única'. Rodamos o lago quase duas vezes (6 km), mas você nem sente, pois é tão lindo e toda hora parávamos para tirar uma foto ou rir um pouco. A cidade também tem um Castelo na pedra, lá em cima no penhasco. Tem os alpes em volta e, também, uma montanha com neve, a qual os quatro bravos e intrépidos homens do grupo resolveram escalar, todos pimpões quando chegaram lá em cima, enquanto Noi e Meegan preferiram o conforto do nível da terra. A subida é tensa, escorrega muito, mas a descida é muito legal, ir deslizando (e escorregando, óbvio) na neve é muito bom.


Dizem que com cinco ou seis retas é fácil fazer um castelo... acho que este aqui exige um pouco mais!



Não é um Everest, mas dá para sentir o drama...



Os intrépidos alpinistas chegam ao topo!



E as meninas esperando os homens terminarem sua brincadeira fazem poses com a bandeira da Eslovênia...



Depois de completarmos o perímetro, almoçamos um sanduíche ruim e tomamos a sobremesa típica de Bled, kremsnita, um delicioso bolo com creme. Hmmmm... Daí, no final da tarde, passamos por um lugar onde dava para alugar barcos a remo. Eu estava louquinho para remar desde a hora que cheguei lá, daí convenci os outros cinco a virem comigo. E, como éramos os únicos turistas, a mulher disse assim: olha, fiquem o tempo que quiserem, paguem só uma hora mesmo, deixem os coletes dentro do barco a hora que cansarem porque eu vou para casa daqui a pouco. Sensacional! Daí remei naquele lago fantástico (até pegar o jeito com o remo da esquerda demora...) e levei todos de carona até a ilha central. Visitamos a igreja, tocamos o sino lá dentro, o sino dos desejos, e voltamos remando para a orla. Como Ben e Anthony nunca haviam remado na vida, sugeri que eles tentassem, enquanto eu ficava de navegador atrás dando as instruções dos movimentos e da direção. E eles mandaram muito bem, óbvio que cansaram o braço, mas ficaram muito felizes, principalmente o indiano, que ficou todo orgulhoso do feito dele de ter remado de volta durante o pôr-do-Sol deslumbrante de Bled.


Que bela vista da igreja no meio do lago de Bled


Tocando o sino dos desejos dentro da Igreja


O barquinho que nos levou e nos trouxe de lá


O pôr-do-Sol em Bled



No dia seguinte, voltamos de carro para Milão, de onde nós partimos de volta para as terras úmidas e nubladas da Holanda ou para as terras úmidas e nubladas de Bristol. Isto, claro, sem antes passar por cima dos Alpes...



Mas deixamos para trás lembranças fantásticas de um país pequeno, mas fascinante. Recomendo fortemente para todos aqueles que tenham a oportunidade de vir para a Europa: incluam a Eslovênia no seu roteiro. Pode cobrar de mim, vocês não vão se arrepender. Vale muito à pena.


Zdravljica, Slovenija!

domingo, 3 de abril de 2011

Fratelli d'Italia


Sol, calor, música, gente feliz, gente gritando e gesticulando, pizza, massa, vinho. Quando falamos de Itália essa são algumas das coisas que logo nos vêm à cabeça.

Quando meu avião aterrisou em Milão estava chovendo, 5 graus, trânsito caótico, e eu só fui comer alguma coisa muitas horas depois. Ah, pelo menos, tinha italiano gritando e gesticulando...

Eles estavam comemorando 150 anos de país. Pois é, por mais estranho que possa parecer, a República da Itália completou apenas 150 anos de existência no dia 17 de março de 2011. Festa nas ruas do país, mais no Sul do que no Norte (onde fica Milão, região da Lombardia).

Bem, fui para lá porque fui para um congresso chamado Ednano, que reúne cerca de 60-70 pessoas (grande maioria da Europa) que trabalham com eletrodeposição de materiais em escala nanométrica (um bilhonésimo de metro). E isso é o que eu faço como meu ganha-pão... bem, na verdade nem isso eu faço, eu simulo isso, mas isso é detalhe demais... Enfim, foram três dias de congresso e uma excursão. Diferentemente de outros congressos que eu já fui, este é muito pequeno, todo mundo fica na mesma sala ouvindo apresentações de 20 minutos uns dos outros. Tem hora que não dá para aguentar o sono hehehehehe Mas, como um todo, congressos são sempre muito legais para vc ter alguma ideia, saber o que está sendo feito por aí e, principalmente, conhecer e se fazer conhecer pelas pessoas no seu meio. Foi o que eu fiz, por dois motivos principais: eu era um dos pouquíssimos não-europeus (o único da exótica terra além-atlântica do Brasil) e o único a trabalhar com teoria e simulação (isso é exótico até para quem é do meio hehehehehe). Por isso mesmo, na minha apresentação tive que começar do básico, introduzindo o modelo teórico, como ele funciona em coisas bobas, até chegar no meu modelo e nos meus resultados. Meu orientador aqui acha que 50% não entendeu nada (teve umas perguntas lá que meu Deus!), 40% entendeu o básico e 10% gostou muito e se empolgou, vários vieram falar comigo e tal. Acredito que fui bem, meu inglês está bem melhor e estou bem mais confiante do que estava na minha primeira vez apresentando trabalho oral, em Viena, em 2009, no maior congresso da área em que trabalho. As perguntas desta vez foram mescladas entre as estúpidas, as normais e as provocativas, do tipo de que quando um modelo vai poder simular coisas que a gente não pode fazer, coisas que podem ser realmente úteis e não resultados já esperados. Eu respondi que achava ótimo que o modelo simulava bem coisas que já são sabidas, isso significa que quando simular coisas que não foram feitas pode-se confiar nos resultados. O meu orientador aqui disse que eu deveria ter replicado que fazer isso e tentar entender a eletrodeposição é muito mais útil do que fazer as coisas que o cara tava fazendo uhahuahuahuahua

Eu apresentando meu trabalho


O grupo de Bristol na Ednano, faltando só a Noi (da esq. para a dir., Natasa (a outra professora do grupo), eu, Sarah (pós-doc do meu orientador), Walther Schwarzacher (meu orientador) e Ben (aluno da Natasa))


Chega de Congresso, quero saber de passeio. Ok, Ok. Primeiro, os companheiros de viagem. Fui com dois colegas daqui de Bristol: Ben, um inglês de Bristol que viveu 18 anos no País de Gales (portanto todos o consideram galês), um garoto de 22 anos no seu primeiro ano de doutorado no seu primeiro congresso e que teve o azar de dividir mesa comigo lá na Universidade; Noi, uma menina da Tailândia quietinha, mas que se divertiu como nunca na vida dela com a nossa companhia e piadas incessantes. Conhecemos lá também Wouter, um holandês parecido com o Marcos do meu laboratório no Brasil, mas bem-humorado (aliás com um humor muito parecido com o meu), e um casal de indianos, Anthony e Meegan, ele mais velho, muito gente boa, mas super indeciso, ela super tímida, se falou mais de 100 palavras nos 10 dias de convivência conosco é muito. Conhecemos também muitas outras pessoas por lá, mas nós 6 dividimos hotel e, depois do Congresso, fizemos uma viagem de carro. Vale mencionar o grupo de Porto, uns 6-7 portugueses que ficavam o tempo todo juntos e não se integravam muito com o resto, mas como eles falavam português consegui me infiltrar e fazer amizade, principalmente com um cara chamado Diogo, portista fanático e que odiava brasileiros hehehehe

Meegan, Anthony, Wouter, Noi e Ben num parque em Milão


Milão é uma cidade grande, igual a São Paulo em muitos aspectos. Os italianos são MUITO mais parecidos com a gente que os ingleses, as pessoas são MUITO mais bonitas, a comida é MUITO melhor (teve até jantar de gala!), a língua é mais parecida (não é difícil arranhar um italiano!) etc. Por outro lado, tem trânsito, caos, cidade grande com prédios e prédios, fio pra tudo que é lado, muita gente pobre na rua, cheio de vendedor e mendigo perto dos pontos turísticos etc. A Inglaterra é muito mais civilizada, comparando cidade grande (Londres) com cidade grande (Milão). De bonito na cidade tem o Duomo, uma catedral gótica imponente, bem no centro da cidade. Fantástico. Dá para subir lá no teto e, macho que é macho vai de escada e encara centenas de degraus. Além dele tem umas ruazinhas no centro velho lá perto, um Castelo mediano, os bondes e, claro, os shoppings e as lojas de marca. Como eu odeio compras, nada me atraiu tanto assim, mas a tailandesa adorou. Entramos na loja da Ferrari e na Prada original, só para fingir estar interessados num pedaço de couro que eles chamam de bolsa por 6000 reais... Fomos também para o estádio Giuseppe Meazza, conhecido também como San Siro (nome que a torcida do Milan usa, enquanto Meazza é o nome usado pela torcida da Inter), para assistir Inter de Milão 1x0 Lecce. Um caos homérico para comprar ingresso (meio centímetro quadrado de espaço), mas torcida (57.086 pessoas) gritando e cantando, como tem que ser, afinal o time é o atual campeão do mundo e conta com muitos brasileiros como Júlio César, Maicon e Lúcio. Foi uma baita experiência para mim e para o Diogo, porém ainda mais para Ben e Noi, primeiro jogo da vida deles. De coisas que eu não vi, tem a Santa Ceia de da Vinci, mas tem que reservar com mais de 3 meses de antecedência para vê-la. Mas, enfim, gostei, mas não achei nada demais em Milão, é uma São Paulo com Duomo e castelo, mas como não é a cidade em que eu nasci e vivo, não fico com tanta vontade de voltar tão cedo.

Il Dumo





Eu no San Siro

O gol da Inter, marcado por Pazzini, e a comemoração do português Diogo e de Ben e Noi


Galleria Vittorio Emanuele II, um dos shoppings mais caros do mundo


O Castelo de Milão


Na excursão do Congresso, com quase todo mundo de lá (legal ver os professores mais soltinhos), fomos para o norte de Milão, mais precisamente para Bellagio, uma cidadezinha no Lago Como. Puxa vida, aí sim é a Itália das enciclopédias e das novelas da Globo! Nona estendendo roupa com rolo de macarrão na mão (pena que eu tava sem máquina!), ruazinhas estreitinhas, gente mais calma, sol e calor, comida também fantástica (dá-lhe sorvete!) e um lago maravilhoso, rodeado pelos Alpes. Lá Madonna, Ronaldinho e George Clooney têm casa, por exemplo. Não é à toa, que lugar lindo. E eu, querendo imitar meu orientador, quis por a mão na água, mas escorreguei num degrau, caí sentado e meti os meus dois pés dentro da água (ainda bem que não caí inteiro!). Foi muito divertido. Óbvio que fui alvo de risadas, merecidíssimas, mas não durou muito, pois quando voltamos para Milão fui direto para o hotel trocar de meia e eles ficaram todos passeando no Duomo. Mas caiu uma tempestade monumental, raios e trovões como há tempos eu não via (aqui na Inglaterra não tem). Eles voltaram todos inteiramente ensopados, dos pés à cabeça. E eu já com meus pezinhos secos só pude rir...

Os Alpes no fundo. Chique pra caramba hehehehe


Eu e meu orientador daqui. Só pelo sorriso dá para ver quem é o inglês...


Ruazinhas de Bellagio

Por fim, na última parada na Itália, cruzamos de carro (só nós 6) o norte do país em direção a Veneza (aliás, vc sabia que Venezuela quer dizer Pequena Veneza? Não vi nenhuma referência a Hugo Chavez lá, porém...). Passamos apenas 3 horas por lá. E, para mim, mais que suficientes. É legal, cheia de canais, romântica porque não tem carros e tal, mas é tão apinhada de turistas (e por ser pequena a sensação é horrível) e levemente fedida que não me cativou também. Foi muito divertido estar com uma turma e passear por lá, é muito legal ver os prédios e como a cidade se organiza, mas depois de um tempo é só canais e mais canais, pontes e mais pontes. Claro que não entramos em igrejas ou catedrais, mas de fora me pareceu que não haveria mais tanta coisa (pro MEU gosto) para ver e fazer por lá, a não ser as tradicionais compras que eu tanto gosto...

Torre da Praça de San Marco (centro de Veneza)


As gôndolas...


Eu na Ponte dos Suspiros (a original, copiada em Cambridge e em outras cidades do mundo)


A balsa, tipo o ônibus da cidade, vai parando em vários pontos


Daí seguimos viagem de carro, mas essa é conversa para outro post...