quarta-feira, 11 de maio de 2011

Como meu pai descreve a viagem...

(clique na foto para vê-la em tamanho grande. Vale a pena)


O ponto alto da viagem não foi a London Eye ou a Torre Eiffel. O ponto alto da viagem foi, nada mais, nada menos, a mais de mil metros do chão. Isso sim é que foi uma "viagem"! Vou explicar melhor.

Certo dia, todos acordamos às 4h da matina e para minha 'estranheza' ninguém fazia cara feia por levantar tão cedo (isso é raro na família). É claro que tinham estampado nas faces meio amassadas o resultado de poucas horas dormidas, mas não havia nada do, já conhecido, pouco-humor matinal. Não me toquei que havia lá um grande complô para me enganar. Caí como um pato!

A desculpa esfarrapada era que, para ver o nascer do sol de um local especial, teríamos de tomar um trem até lá.

Mais uma vez o pato aqui nem se tocou que nascer do sol é quase tudo igual. Tudo bem! Com todos motivados assim, quem era eu para dar uma de ranheta e argumentar. Mal sabia que felicidade vinha da grande surpresa que me aguardava.

Pega táxi, pega trem e pega táxi de novo! 'Caspita má que lugar mais estranho pra ver nascer do sol' pensava eu quando vi passar à frente do carro uma cesta de balão! -CARAMBA! UM BALÃO! NÓS VAMOS ANDAR DE BALÃO!!!!!

...pois é até agora me arrepio ao lembrar da minha alegria. Falo da “minha alegria” pois me senti um criança levada pelo pai a um parque de diversões e andar num brinquedo dos sonhos. Só que nesse caso o FILHO foi o pai e o pai, filho. Poucas vezes acertaram tão na mosca como dessa vez.








Bem, voltemos à viagem do reencontro. Era assim que eu via o processo de preparação e condução da viagem. O reencontro com meu filho que há oito meses saiu de casa para fazer seu Doutorado Sanduíche lá em Bristol. De resto, (metido) iríamos conhecer Londres, Bristol, Bath Spa, Salisbury, Paris, Amsterdam e Keukenhof (Lisse). Nada mal para uma viagem em família. Com tudo muito bem organizado e com um roteiro primoroso, aproveitamos o que havia de melhor para ver e fazer em tão pouco tempo! Ponto para o André e para Rita que trocaram muitas horas de conversa pelo Skype. Santo Skype! Santo André! Santa Rita! Amém.

Falar sobre a viagem é cair no lugar comum. Londres é demais! Tudo funciona (novidade), tudo no lugar (novidade), tudo na hora (mais uma novidade). Povo bonito, educado, na deles! A culinária é pouco variada (fish and chips é bom, mas cansa), muitas marcas de cervejas bem amargas (a melhor que tomei era a holandesa Amstel), museus, castelos, pontes, igrejas, abadias, príncipes e princesas (meio que em alta por lá), muito sol, nenhuma chuva, só um pouco frio, se respira muita história, muita cultura. Enfim... eu poderia viver lá.

Depois de Londres fomos conhecer a cidade onde o André mora: Bristol. Adorável e um pouco mais ‘moderna’ que Londres, tem um ar de cidade do interior e que não carrega aquele peso de cidade famosa. Fomos direto conhecer o apê do André (tudo limpinho e no lugar, como inglês gosta). Ainda bem que chegaram uns brasileiros por lá para espalhar um pouco de poeira e alguns pêlos contrabandeados da nossa cã.





Em Bristol nasceu um dos mais importantes engenheiros ingleses (Isambard Kingdom Brunel), cujas obras aprendi admirar, e que agora está formando um dos melhores químicos que conheço (sic).

Partindo de lá fizemos muitos passeios. Um deles já foi citado logo na abertura deste post, mas outro fato importante foi o estar frente a frente com Stonehenge. Ficar de cara com 5000 anos de história foi arrepiante!




Dali, partimos para Paris (a cidade que melhor saiu nas fotos), mas como uma cidade mais visitada no mundo, decepcionou a todos da família. Isso porque é meio caótica, cheia de gente, suja e em muitos lugares fedida, entulhada de brasileiros (não havia lugar que não os encontrassem) e mal sinalizada em todos os aspectos. Só para se ter uma ideia, no mais famoso museu de arte da Terra não havia uma segunda linha em outra língua nas etiquetas de identificação das quadros. Para curtir Paris, tem que saber francês e está acabado! Eles parecem não dar a mínima para os turistas (só para o dinheiro deles). Pulemos então, senão fico de mal humor.

Aí sim encontrei o meu lugar no mundo! Chegamos a Amsterdam!






Linda, colorida, culta, viva e cheia de barquinhos! Baixou a criança “di novo”. Só olhava os canais, suas lanchas, antigas e modernas, suas “house boats”, um delírio para quem gosta, como eu, de andar sobre as águas. Depois de me puxarem pelos braços, me colocaram frente a frente com van Gogh. Gênio! Delirante! Enebriante! Chapante. Diferente da Monalisa que vc aprecia a quilômetros de distância, ELES estavam lá a alguns centímetros dos olhos sem ninguém te pisoteando. Vale voltar no relato e ressaltar também aqui a leveza e o bom gosto com que os ingleses apresentavam suas obras e relíquias. Ai caímos naqueles relatos de viagem, arquitetura, bondes, bairros menos nobres, praças, zilhões de bikes, blá blá... Até que, para um fecho de ouro fomos a Lisse (não é a minha filha).




Lá está Keukenhof, o maior parque de flores do mundo. Imperdível para quem gosta ou para quem ainda não gosta de flores. Não há como não gostar. Até minha filha que é muito seletiva (chata) nas coisas que gosta, amou. Uma das melhores provas do homem da harmonia e admiração das belezas da natureza.

Foi rápido mas foi intenso. Amei estar com toda a família... e partes da cachorra que solta pêlos pela Europa.



Mauricio

6 comentários:

  1. O povo de Londres é bonito? Há controvérsias, haha.
    Analisando o vídeo "Tuti em Windsor", vemos que o pêlo da Tuti foi parar dentro da boca de um turista desavisado.

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  2. É bom ler um relato tão apaixonado da viagem. Aposto que você ficou contente, não, André?
    E realmente parece que a Holanda é um dos melhores lugares do mundo!

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  3. Chata não, como assim! Meu texto é representativo das tantas coisas que gostei. Aprecio as viagens de outros jeitos, só isso.

    E a Tuti foi extremamente feliz nos lugares. Quem diria que um dia, depois de nascer num buraco, ser doada pela mãe para nós, ela iria parar num castelo?

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  4. André, não fique chateado com o que vou dizer, mas teria sido uma ótima ideia se seu pai escrevesse todos os posts do blog... Muito legal mesmo, deu até pra sentir como o passeio de balão foi especial (e eu sou fanzáço da foto)

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  5. Esse é meu pai!!!

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  6. Os comentários estão sumindo.

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