Este é um blog que relata os acontecimentos e as opiniões de um estudante de Doutorado Sanduíche durante sua estadia em Bristol, Inglaterra.
Espero poder ajudar quem pretende passar parte de sua pós-graduação no exterior e também quem pensa em estudar ou mesmo conhecer a Inglaterra. E, é claro, manter meus amigos e familiares atualizados das minhas experiências por aqui.
domingo, 14 de novembro de 2010
Jantar à moda inglesa
Na última quinta-feira tive a oportunidade de ter um jantar tipicamente inglês, numa casa tipicamente inglesa com ingleses típicos.
O problema é que eu não conhecia nem a casa, nem o menu, nem as pessoas com quem jantaria.
A Universidade de Bristol tem uma associação vinculada a ela que é responsável pela recepção aos estudantes internacionais. Eles organizam eventos cujo objetivo é integrar o estudante estrangeiro na comunidade britânica e fazê-lo se sentir menos sozinho. E eles têm um programa de "intercâmbio" entre alunos estrangeiros e famílias britânicas interessadas em "adotar" um estudante durante o ano letivo. E havia uma família particularmente interessada em estudantes que falassem português. A dona da associação perguntou se eu toparia ser "adotado" por essa família. E eu topei.
Daí na quinta passada me preparei para encontrá-la. Ou eu teria um belo jantar ou seria vítima de um sequestro bastante bizarro... O pai veio me buscar aqui em casa e me levou até a casa da família. Na frente, uma placa (em inglês): Bem-vindos à casa dos...
Simpsons, pois é...
Enfim, lá cheguei e fui recepcionado pela esposa de Homer (quer dizer, Dave...), Heidi. E pela sua mãe, Andree (sim, BIZARRO). E também pelos três filhos, o mais velho Harry (6 anos) e as meninas pequenas Charli (4 anos) e Grace (2). Configuração idêntica à dos Simpsons...
Bom, ainda bem que eu até gosto de crianças, porque para quem não gosta entrar na casa dos Simpsons seria como entrar no inferno. Aquela barulheira, criança subindo na cadeira, fazendo bagunça, destruindo o grampeador... E os pais coitados tentando manejar a situação e ao mesmo tempo falar comigo.
Depois do jantar insosso (coitado do Jamie Oliver, a comida inglesa bem que podia ser mais gostosa né?), hora da sobremesa. Eu, educadamente, esperaria que todos se servissem para começar a comer. Paspalho... A Lisa (Charlie) do nada grita no meu ouvido: EAT IT NOW!!!!!! OK, sim senhor capitão! Comecei a comer no próprio impulso do susto... e a menininha se divertia comigo lá...
Hora de dormir para as crianças. Elas estavam doidas para me mostrar o quarto delas e suas camas. O menininho dormia em cima na beliche e tinha feito até uma cabaninha para ler à noite sem atrapalhar as irmãs. O Harry desenhou um Science Man na sua parede. E o pai fez questão de dizer que eu era um Science Man... daí o menino perguntou para mim o que eu fazia... Tricky question... Respondi que eu era aqueles caras que misturavam líquidos e faziam eles mudarem de cor e sair fumaça. Ele adorou! E a mãe disse que eu fazia coquetéis...
Depois da leitura das historinhas, eles dormem e os adultos descem para conversar na sala. Eu pensei: finalmente falaria português! Paspalho (desculpa Thiago, mas gostei da palavra!). Eles tinham morado 6 meses em Lisboa e sabiam falar algumas palavras apenas. E eu não estava a fim de ser professor, portanto nem insisti muito. O máximo que falei foi com as crianças quando elas aprenderam a falar "Boa noite". E elas falaram no mínimo uns 30 boa noites cada...
De resto, tomei chá com os adultos falando sobre trivialidades ao lado da lareira. Foi divertido falar com adultos ingleses numa casa tipicamente inglesa. Nada demais, mas ajudou a quebrar a rotina.
Vamos ver o que minha família inglesa tem reservado para mim no próximo encontro...
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Primeiro, gostaria de dizer q o Jamie Oliver está com cara de francês.
ResponderExcluirSegundo, que coisa bizarra.
Tem um programa aqui que promove jantares de ação de graça em casas americanas. Estava na dúvida se iria, mas depois de seu post, vou com certeza!
Adorei a descrição de suas atividades!
André amigão da garotada! Só me atentei ao comentário de que os pais tem 3 filhos: um de 6, um de 4 e outro de 2... Será que esse ano sai o quarto da seqüência? E eles escolheram um nativo brasileiro por que se a conversação foi, afinal, em inglês?
ResponderExcluircrianças = PÂNICO
ResponderExcluir( O ; O ) >>> ( + ; + )
Um jantar tipicamente inglês... (sem você fazer a mínima ideia do que seria isso),
ResponderExcluirnuma casa tipicamente inglesa... (que você não conhecia)
com ingleses típicos (que você também não conhecia)????
Muito bom!!!
É isso aí. Aproveite todos os momentos que puder.
E de quebra, parece que essa sua experiência está incentivando um amigo que também está longe da família.
Adorei!!!
André!
ResponderExcluirO Vinícius me passou seu blog....e eu tomei a liberdade de entrar...ele já tinha me contado essa história (e muitas outras, na verdade), e agora eu resolvi acompanhar as suas palavras mesmo..hauaha
Boa sorte aí no seu doutorado e com a sua nova "família"! RS!
Beijos
que interessante, André. A University of York não tem algo assim não... Mas em duas semanas o povo do departamento já agitou bastante a minha vida :O Bjinhos! Fatima
ResponderExcluirmuito bacana.
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