sexta-feira, 24 de dezembro de 2010

Feliz Natal a todos!



Merry Xmas Everybody, canção de 1973 da banda Slade, disparada a mais tradicional canção de Natal no Reino Unido.

Letra:

Are you hanging up a stocking on your wall? - Você está pendurando uma meia em sua parede?
It's the time that every Santa has a ball - É a época em que todo Papai Natal tem uma bola
Does he ride a red-nose reindeer? - Será que ele monta uma rena de nariz vermelho?
Does he turns up on his sleigh? - Será que ele aparece em seu trenó?
Do the fairies keep him sober for a day? - Será que as fadas o manterão sóbrio por um dia?

So here it is Merry Christmas, everybody's having fun - Então aqui está: Feliz Natal, todo mundo está se divertindo
Look to the future now, it's only just begun - Olhe para o futuro agora, ele apenas começou

Are you waiting for the family to arrive? - Você está esperando a sua família chegar?
Are you sure you've got the room to spare inside? - Tem certeza de que tem espaço sobrando dentro de casa?
Does your granny always tell ya - Sua avó sempre lhe diz
That the old songs are the best? - Que as canções antigas são as melhores?
And she's up and rock 'n' rolling with the rest? - E que ela está de pé e rock 'n' rolling com o resto?

So here it is Merry Christmas, everybody's having fun - Então aqui está: Feliz Natal, todo mundo está se divertindo
Look to the future now, it's only just begun - Olhe para o futuro agora, ele apenas começou

What will your daddy do when he sees your mommy kissing Santa Claus? - O que seu pai vai fazer quando vir sua mamãe beijando o Papai Noel?
Aaah ah aaah aahh

Are you hanging up a stocking on your wall? - Você está pendurando uma meia em sua parede?
Are you hoping that the snow will start to fall? - Você está esperando que a neve comece a cair?
Do you ride around the hillside? - Você cavalga em torno da encosta?
In a party you have made - Em uma festa que você fez
When you land upon your head and you've been 'sleighed' - Quando você aterrissar sobre sua cabeça e for 'trenózado'

So here it is Merry Christmas, everybody's having fun - Então aqui está: Feliz Natal, todo mundo está se divertindo
Look to the future now, it's only just begun - Olhe para o futuro agora, ele apenas começou
So here it is Merry Christmas, everybody's having fun - Então aqui está: Feliz Natal, todo mundo está se divertindo
Look to the future now, it's only just begun - Olhe para o futuro agora, ele apenas começou

domingo, 19 de dezembro de 2010

A Adaptação Cultural

Todo mundo sabe que morar no exterior não é fácil. Ainda mais quando se está sozinho. Temos o famoso choque cultural, opondo de um lado a nossa cultura, e do outro lado a cultura do país ao qual estamos chegando.

A experiência de um sanduicheiro no exterior é ideal para descrever todas as fases de adaptação cultural que uma pessoa morando no exterior tem que passar. Estudos científicos, baseados nos milhões de exemplos que existem ao redor do mundo, chegaram à uma interessante curva que mostra o ciclo de adaptação cultural de uma pessoa morando no exterior.



Essa daí traduzi da Universidade de Stanford, mas existem outras versões.

Basicamente, no noso caso, nosso humor passa por altos e baixos nesse tempo fora do Brasil. Na verdade, pela minha experiência, você pode até voltar pra trás nessa curva de adaptação.

Vamos por partes:

- Inscrição: pânico pra escrever o projeto, pra juntar todos os documentos (e são muitos), pra entender os sistemas estrambólicos da CAPES ou do CNPq e, depois, da eterna espera para saber o resultado. E como demora... Depois, se vc foi aprovado, vc fica feliz, mas só por um tempinho curto, pois são tantas coisas para arranjar, como passagem, moradia, visto, dinheiro etc. etc. etc.

- Chegada: pra quem nunca morou fora do Brasil, é realmente uma fascinação chegar num lugar diferente, onde as coisas parecem funcionar melhor, os lugares são limpos, a Universidade é mais bem equipada etc. Em resumo, tudo parece ser uma maravilha. Isso para mim durou umas semanas.

- Choque Cultural: esse daqui é um poço de humor frequente. Vira e mexe eu me encontro nele. Reparem na curva que o mínimo pode ser maior ou menor. A tendência é que com o tempo ele se torne menor. O choque cultural aqui é um período de stress pessoal em que temos que resolver muitos problemas no novo país, relacionados à casa, comida, transporte e trabalho, mas ainda não sabemos como as coisas funcionam direito. Às vezes eu me sentia um idiota por não saber como proceder em coisas simples, como ir ao mercado ou pegar um ônibus. A língua aqui é um enorme entrave, pois vc não se acostumou ainda com todo mundo falando outra língua, e vc ainda não está nem perto da fluência em outro idioma. E, óbvio, tudo funciona diferente do que vc está acostumado, caracterizando o choque de culturas.

- Adaptação: A rotina é a chave do sucesso. Acordar na mesma hora, fazer o mesmo caminho, ir ao mesmo mercado, encontrar padrões, sacar como as pessoas se comportam, ver quem bate mais com vc e quem vc não deve mexer (entenda o hoolingan!) etc. Isso te dá uma sensação ótima de segurança, que ajuda a suplantar o choque cultural. Minha rotina se estabeleceu depois de um mês e pouco de estadia aqui. E ainda está firme e forte. O idioma começa a ser menos problema do que era no começo. A dica aqui é tentar pensar na língua estrangeira e não ligar para os erros, pois vc continuará a cometê-los, mas serão menos frequentes.

- Isolamento mental: Acho que eu estou por aqui agora. O Thiago estava certo, época de feriado é horrível estar sozinho no exterior, ainda mais no Natal. Todo mundo volta pra casa, pois ou mora no mesmo país ou mora em país perto, no caso da Europa. Ainda não senti o tranco pra valer, pois na semana passada tudo ainda estava normal. Mas a partir de segunda apenas poucas pessoas estarão por lá, e a tendência é esse número diminuir mais no decorrer da semana até o Natal. Boatos são conta que a cidade fica deserta na véspera de Natal. Eu estarei aqui para comprovar. Esta situação é a definição clara de isolamento, mas isolamento físico além de isolamento mental, pois você está longe da sua família e amigos próximos. O isolamento mental acontece mais frequentemente, no dia-a-dia, uma frustração constante que você sente quando não consegue se expressar tão bem na língua estrangeira quanto conseguiria na sua língua nativa. É realmente frustrante.

- Aceitação e Integração: Já passei por essa fase também, e digo que é a melhor coisa que você pode sentir quando está fora da sua zona de conforto. Quando você é aceito e pode ser quem você realmente é, você está no ápice da curva de adaptação cultural. Os erros no idioma não são mais um entrave para comunicação, você já pode brincar com as pessoas pois já as conhece há suficientes meses, já conhece como as coisas funcionam e se sente seguro na sua vida como um todo. Essa fase é a que demora mais para chegar. Para mim foi perto de 3 meses, mas pode acontecer antes ou bem depois. Provavelmente a chegada de pessoas conhecidas possa ser um máximo maior do que este, mas aí é como estar roubando num jogo de cartas usando um coringa proibido, ou seja, não conta hehehehe

- A Volta: quando vc volta, o ciclo se repete no lado oposto. Você fica nervoso com a expectativa de voltar e ansioso para rever as pessoas que conhece. Mas o famoso "lá era melhor" pode ser uma sensação complicada que te deixa depressivo na volta. Não sei, pois ainda falta muito para eu chegar nessa fase. Mas, imagino eu, a readaptação cultural é muito mais rápida do que adaptar-se a uma cultura estrangeira.


Quem é sanduicheiro pode se achar no meio dessa curva aí, cheia de ciclos. Tais curvas às vezes são simplificadas e descritas como W (dois vales e três ápices de humor). Mas nada impede que seu padrão seja um WW, um M ou, até, um U...

sábado, 11 de dezembro de 2010

Made in China



Para provar a vocês que não sou preconceituoso com os chineses, apesar do histórico desagradável, aqui conto a história de Chen e Wei.

Lá estava eu num dia frio e chuvoso de outubro voltando para minha casa para o meu almoço. Devia ser uma terça ou quarta-feira, pois no sábado anterior me lembro da barulheira devido à mudança de um monte de estudantes para a minha moradia. Eu estava bravo pois eu não estava mais praticamente sozinho na moradia, meus vizinhos eram antipáticos, a internet tinha ficado sensivelmente mais lenta e os corredores passaram a ficar sujos com frequência. E eu botava culpa nos japoneses (não sabia na época que eram todos chineses!).

Bem, voltando àquele dia. Quando cheguei em casa, vi um casal oriental do lado de fora, cheios de malas e tomando chuva. Perguntei a eles quem eram e eles me disseram que estavam se mudando para lá, mas a responsável pelo escritório de gerência não atendia à campainha ou ao telefone. Na hora me lembrei do meu dia de mudança, em agosto, quando passei maus bocados do lado de fora na mesma rua, pois da mesma forma a dita cuja não atendia à campainha, e como eu não tinha celular, não podia ligar, até que um transeunte se ofereceu para ligar para mim.

Obs.: Aliás, essa funcionária é tão vagabunda que NUNCA eu a encontrei no escritório da gerência no horário amplo de trabalho dela (SEG-QUI 9h30-13h30), e eu já fui sem brincadeira mais de 50 vezes lá desde que cheguei, e eu já precisei várias vezes dela, principalmente no começo com meus problemas com o ralo entupido.

Bom, lá estava eu com os chineses molhados. Compadecido, pois sabia o que eles passavam, ofereci para que fossem para meu quarto. Lá chegando, eles me disseram que se chamavam Chen e Wei, um casal que chegava da China após 15 horas de voo. A menina, coitada, foi ao banheiro assim que entrou. Ofereci água e até comida para eles. Eles foram as primeiras visitas que eu recebi na minha casa. Já do meu quarto, tentei ligar para o número da funcionária, para a central da empresa em Oxford, mandei e-mail para todos os endereços que encontrei no site deles. Enfim, fiz um escarcéu. Afinal, quem iria dar as chaves do quarto para os chineses?

Enfim, como eles se recusaram a comer em casa, os instruí de onde ficava o supermercado mais próximo ou alguns restaurantes aqui da rua. Disse que eu ficaria em casa com as malas deles e, quando eles voltassem, eu retornaria para trabalhar na faculdade. E lá estava eu com um monte de malas no meu quarto... Esperei 20, 30 minutos e nada, nem eles voltavam nem ninguém da empresa me retornava. 40, 50, uma hora e nada. Onde eles tinham ido? E esse pessoal da empresa, não trabalha não? Esperei uma hora e meia. Eu deveria ter voltado a uma hora atrás para trabalhar, mas como eu poderia abandonar as malas dos chineses no meu quarto?

Eu desci, olhei na rua para ver se não estavam perdidos, ficava de olho na janela, checava os e-mails e nada de ninguém em lugar algum. Duas horas desde que eles saíram. Eu estava em pânico, quem larga as malas no quarto de um estranho, sai para almoçar e não volta depois de DUAS horas? E qual empresa que não retorna ligações ou e-mails em DUAS horas?

Daí encontrei o funcionário da limpeza, Jeff. O cara é o oposto da menina responsável pela casa. Prestativo, simpático e trabalhador. Já o conhecia pela novela do ralo que durou muitas semanas. Só que ele cuida da limpeza, não da casa. Eu expliquei o problema, ele entendeu e disse que poderia entrar na sala da administração e pegar a chave do quarto deles. Sorte que eu tinha perguntado o número do quarto e o nome dos chineses! O Jeff confirmou e, juntos, fizemos 3 viagens do meu quarto para o quarto dos chineses carregando as malas daqueles desconhecidos...

Falei para o Jeff que os chineses tocariam a campainha do meu quarto quando voltassem, portanto o Jeff tinha que ficar de olho nas câmeras. E eu, quase 3 horas depois, voltei à Física. Liguei para o Jeff uma hora depois e ele confirmou que os chineses já estavam em sua nova casa. E que me prometeram um jantar chinês duas semanas depois...

E lá fui eu ao jantar. Não estava nem aí para levar alguma bebida ou colocar uma roupa melhor. Eles estavam retornando um 'favorzaço' que eu fiz! O jantar foi ótimo, o cara cozinha muito, e olha que eu odeio comida chinesa. E eles se mostraram super boa gente, interessados no Brasil e nas histórias daqui, e eu nas deles, pois na faculdade não há chineses no meu laboratório. Ambos vieram do Tibet, têm uma história de vida diferente, lutaram bastante e tal, diferentemente do que são os outros chineses que moram aqui, egoístas e antipáticos, palavras dos próprios Chen e Wei, que dizem que esse perfil de jovem é cada vez mais comum lá na China e que eles consideram um subproduto do capitalismo (sim, eu concordo com eles e, sim, eles são comunistas!).

Depois desse jantar, nos encontramos mais vezes pelos corredores e conversávamos rapidamente. Prometi a eles que quando voltasse de Londres de novo eu cozinharia um jantar brasileiro para eles, com pão de queijo de aperitivo, salada com azeite e sal, feijão e carne. E foi o que eu fiz quarta-feira. A chinesa disse que minha mãe se orgulharia de me ver cozinhando! Eles disseram que gostaram da comida (sim, eu também gostei!). Conversamos de novo sobre vários temas, desde como ia o trabalho meu e deles na Universidade até como funciona o vestibular no Brasil e na China. Xingamos a funcionária juntos e elogiamos o Jeff juntos. Comentamos sobre o Natal e o Ano Novo chinês. Falamos sobre pratos típicos dos dois países. E é aqui que encerro este relato sobre os dois, com este pequeno excerto para que reflitamos sobre as diferenças culturais entre Ocidente e Oriente:

-André: Sei que na Coreia eles comem cachorro. Vocês comem carne de cachorro lá?
-Chen: É, tem raças que são criadas para isso. Eu comi uma vez, mas não gostei. Mas lá é aceito normalmente.
-Wei: Eu nunca comi.
-André: (cara de asco)
-Wei: Não, calma, a gente não come nossos cachorros de estimação.
-André: Puxa, que alívio... =P
-Chen: Mas quando nossos cachorros morrem, a gente vende para os vizinhos poderem comer...

domingo, 5 de dezembro de 2010

Londres contra-ataca

Para a minha segunda visita em Londres desde que cheguei aqui, pensei num roteiro mais alternativo, na periferia da cidade, fugindo das principais atrações turísticas que eu já tinha visitado no ano passado ou na minha primeira visita.

Eis aqui o resultado do passeio, numa série de "Toma essa" (inspirado neste post):

9h30 - Victoria Station - Toma essa, tempo bom:



10h30 - Embaixada Brasileira - Toma essa, eleitor:






11h30 - Westbourne Park - Toma essa, jejum de feijão e pão de queijo:



12h30 - Westminster Pier rumo a Greenwich - Toma essa, metrô:


















13h30 - Mercado de Greenwich - Toma essa, aversão a multidões:




14h - Mercado de Greenwich - Toma essa, feirinha de comidas 'típicas'




14h30 - Greenwich - Toma essa, periferia de São Paulo:












15h - Meridiano de Greenwich - Toma essa, Oriente




15h30 - Planetário e Observatório de Londres - Toma essa, noção de tamanho, tempo e espaço:








16h30 - Museu Nacional Marítimo - Toma essa, rio Tietê










17h - Greenwich - Toma essa, luz do Sol




18h30 - Oxford Circus - Toma essa, 25 de Março