segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011

Com muito esforço, Londres em 12 fotos (e 4 vídeos)

Quando alguém cansa-se de Londres, cansa-se da vida.

Esta frase de Samuel Johnson, grande poeta britânico do século XVIII, sintetiza com perfeição o que é conhecer Londres. Daí vocês podem imaginar como foi árdua a minha tarefa de sintetizar Londres em 10 fotos, ainda mais quando fomos 4 vezes para a cidade. Bom, mas eu consegui, selecionei as fotos que contavam a história dos nossos passeios pela cidade, uma por lugar. Mas fui obrigado a usar 12 para não deixar nada de fora, fora os 4 vídeos, me perdoem os puritanos fanáticos do sistema decimal...

E para chegar a este número tive que usar critérios muito rigorosos de seleção. Optei por colocar aqui apenas fotos contendo um de nós 3 pelo menos, cada foto num lugar diferente. Para quem quiser ler ou ver fotos desses e outros lugares (muitos dos quais eu fui "obrigado" a revisitar agora), os posts antigos de Londres são este, este também, mais este e finalmente este.

Vamos lá!


Dia 1, 11h - Começamos bem! O nosso modelo posando na diminuta porta de entrada do Parlamento em Westminster.



Dia 1, 12h-14h - Onde está Wally na Abadia de Westminster?



Dia 1, 15h-17h30 - Tanta coisa para mostrar no Museu Britânico, a começar pela fachada, passando pela imensa coleção egípcia, as ruínas do Parthenon e pelas obras romanas até a famosa Pedra de Roseta. Mas como eu poderia deixar de compartilhar com meus fiéis leitores este belíssimo encontro ancestral?



Dia 2, 0h - Sob um frio de 5 graus e com 100 mil pessoas juntas, adeus ano velho, feliz Ano Novo!!!



Dia 2, 4h30-6h30 - A melhor parte da viagem. Como viramos a noite na Festa da Virada (alô Paulista, ano que vem é nóis hein!), esperamos até umas 2h lá pelo Tâmisa e depois rodamos por alguns lugares à noite, como Trafalgar Square, Torre de Londres e Ponte de Londres. Mas um de nossos bravos colegas não estava aguentando o tranco e, encarecidamente, rogou para que parássemos. Pés borbulhando, pálpebras pesando 15 kg, frio do caramba. A taxa bêbados/pessoas comuns nas ruas já estava ficando desfavorável. O que fazer? Que tal comer lixia às 4h? Que tal dar 3 voltas completas na Circle Line (linha circular do metrô londrino)? E lá foram os 3 mendigos em busca de um teto para passar a noite. Reparem que um de nós está focadíssimo num ponto futuro (talvez tivesse um dragão ali). O outro sacana estava com a câmera na mão há tempos, esperando que o terceiro elemento cedesse à tentação e decidisse tirar uma pestana. Conforto Nota 0. Diversão na hora nota 0. Diversão depois que passa nota 10.



Dia 2, 8h - Depois de um bom café da manhã, completamente descansados, lá foram os 3 mosqueteiros conhecer mais pontos turísticos. E não há hora melhor para fazer isso do que bem cedo pela manhã, especialmente no dia 1/1. Turista, por definição, não gosta de acordar cedo. Vejam quando em sã conciência vocês viram a frente do Palácio de Buckingham desta forma. Sensacional.



Dia 2, 9h30 - Outro exemplo: quando que não há filas na London Eye? Quase nunca. Exceto quando ela abre e vocês são os primeiros da fila para apreciar a horrorosa vista de lá...



Dia 2, 11h-13h - A pior parte da viagem. Fomos ludibriados pelo boato de que haveria uma Parada em Londres. Os trouxas aqui acharam que seria alguma coisa legal, tipo militares e equipamentos de guerra. Mas não, era uma parada de colégios norte-americanos. Aquela coisa bem típica: as cheerleaders com pompom cantando cânticos de incentivo à High School delas, a banda com gordinhos tocando trompete atrás e, quiçá, um carro alegórico tosco, um balão inflável de algum cartoon, alguns seres humanos fantasiados de personagens de filmes ou, o pior de todos, um cara com uma cartolina com o gênio do Aladin colado nela... lamentável. Tanto que a gente desistiu de filmar ou tirar fotos depois dos primeiros 3 colégios, mas nossas forças não nos permitiam ir a outro lugar...


Dia 2 - 14h-17h - Para encerrar a maratona de mais de 30h acordados em Londres, fomos assistir à peça O Fantasma da Ópera. O teatro era uma droga, um dos menores do Piccadilly Circus, mas a peça é muito boa, não é à toa que está em cartaz há mais de 20 anos em Londres. Confesso, entretanto, que dei minhas piscadas no Segundo Ato. O Renato fez o mesmo no Primeiro. O Carlos, para evitar entrar em colapso, no meio do Primeiro Ato atacou inesperada e vorazmente o resto de lixias só para se manter acordando enquanto as ruminava...



Dia 3, 10h-12h - Trafalgar Square (sem acesso à Coluna de Lord Nelson, fechada para a Virada) com vista para o National Gallery, ponto central da cidade. Passamos umas horinhas vendo algumas obras de arte vagabundas que têm lá dentro, todas de gente bastante desconhecida. E tudo de graça...



Dia 3, 14h - Stamford Bridge amigo, casa do Chelsea. Time brigando pelas primeiras posições (na época...) e com vários astros: John Terry, Lampard, Drogba, Malouda, Anelka, Cech, Cole etc. Muito legal estar num estádio lindo e limpo, onde as pessoas se comportam civilizadamente. Nesse jogo, 41.222 pessoas estavam presentes para acompanhar os Blues enfrentando o Aston Villa, time que brigava para não cair.



Dia 3, 14h23 - E o jogo não decepcionou, primeiro o Chelsea faz 1x0 logo aos 23 minutos (veja o gol no vídeo). Goleada à vista? Nada disso, o bravo Aston Villa vira o jogo no começo do segundo tempo. Depois, só pressão do Chelsea e grande atuação do goleiro Friedel do Aston Villa. Até que, aos 40 do segundo tempo, o Chelsea empata. E aos 45, vira. Sensacional. Mas, um minuto depois, quando ninguém mais esperava, nos acréscimos, o Aston Villa empata e cala o Stamford Bridge. Sensacional o jogo, 3x3 em Campeonato Inglês é tipo eclipse, acontece uma vez no ano e olhe lá. Porém, como vocês podem conferir no vídeo de novo, reparem que o estádio é MUITO silencioso, mesmo depois do gol, eles aplaudem como se tivessem visto um espetáculo teatral. Cadê fulano batucando, torcida cantando, neguinho pulando alambrado? Cadê a paixão amigo, cadê???



Dia 4, 15h-17h30 - Inesperadamente, depois de um passeio mais curto do que o esperado por Cambridge, eis que decidimos voltar a Londres e ver um museu extra até nosso ônibus das 18h30 partir. E decidimos ir ao Museu de História Natural ver esqueletos de bichinhos como dinossauros, baleias e mamutes, uma coleção animal de rochas e minerais, uma balança que comparava seu peso ao de um animal à sua escolha (não vou expor o Carlos aqui colocando a comparação entre o peso dele e o de um boi-almiscarado) e até uma réplica robótica de um tiranossauro. Fora o prédio, que é deslumbrante. E esta também é uma das pouquíssimas (sério!) fotos que eu e o Carlos conseguimos aparecer juntos sem assombrações à nossa volta.



Dia 5, 15h40 - Por falar nela, olha quem apareceu na Torre de Londres? E o pior é que há uma segunda foto em outra catacumba da Torre onde o fantasma apareceu com a exata mesma expressão assustada! À parte disso, calculamos mal o tempo nesse dia e voltamos muito tarde de Windsor (que é longe de Londres) e acabamos tendo que correr para ver o que podíamos na Torre de Londres em menos de 1 hora. Foi o tempo de ver as jóias da coroa, a capela com os corpos das esposas do Henrique VIII, algumas torres e instrumentos de tortura e só. Eu, que da primeira vez que fui lá passei umas 4 horas, posso atestar que não vale à pena fazer nada correndo, você não aprecia nada e não aprende quase nada também, o que para mim é uma parte importante desses passeios. Foi muito legal mesmo assim, mas dava para ter sido melhor, ainda mais depois de Windsor ter sido muito animal algumas horas antes.



Dia 5, 16h30 - Como as coisas na Inglaterra fecham MUITO cedo (entre 16h30 e 17h30) e eles são muito chatos com horário (te expulsam em média 15 minutos antes de fecharem o lugar), fomos para um dos últimos pontos importantes a conhecer, a Ponte da Torre (nós também fomos à Catedral de St. Paul depois do jogo, mas não há fotos lá com nenhum de nós aparecendo junto). A Ponte é muito linda e, mesmo não subindo nela desta feita, apreciá-la faz bem aos olhos. E, sim, eram 4h30 da tarde e era como se fosse 10h da noite...



Dia 5, 20h30 - O bendito CIRCO do Renato. Tudo bem, era no Royal Albert Hall, a maior casa de teatros da cidade (foi o que me convenceu a ir - e é fantástica, por sinal). Tudo bem, era o Cirque du Soleil (foi o que convenceu o Carlos a ir). Mas, ainda assim, era um CIRCO. Nem sei quantas décadas eu não ia ao circo. E o Renato a viagem inteira falando desse tal de circo. No final das contas, pra mim e para o Carlos, gostamos de alguns números, mas nada além de bom. Já para o Renato, não importa o que eles fizessem no picadeiro, ia ser o maior espetáculo da terra. Confiram e tirem suas próprias conclusões:

4 comentários:

  1. Depois de voltar do coma de tanto rir com o último vídeo, quero saber:
    Se contentaram com o Newton ou visitaram também o Faraday em Westminster?

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  2. Como vc bem sabe, o Faraday não está na Abadia, ele está num cemitério não-anglicano (herege) no norte da cidade, o mesmo onde está Karl Marx. Mas se vc está se referindo à tumba que ele recusou dentro da Abadia por não ser anglicano, sim, nós a visitamos, até porque não tem como não vê-la, já que fica aos pés da tumba do Newton, ao lado das de Maxwell, Dirac, Kelvin e Stokes. Da primeira vez que eu fui pra Abadia, retirei a tampa e violei sua tumba para pegar seu fêmur, mas qual foi a minha surpresa ao ver que ele não estava lá...

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  3. Gostei das fotos, André, O Violador.
    Post interessante (não q os outros não tenham sido).
    Bizarro a sua empolgação com Windsor ("muito animal" - hahaha).

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  4. Pipipipiriripipi

    Certamente, o ponto alto foi o glorioso circo

    "Eu adoro circo" Era o que dizia o fantasma que assombrava nossos passeios. E lá fomos nós ver o Zequinha e o Príncipe

    E o meu olhar de plena desolação na Circle Line as 3:27 da madruga com pelo menos mais 3 horas frias e escuras pela frente é a mais fiel tradução para a pergunta: "onde é que eu vim parar?"

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